A pandilha do "Teatro da Palmilha Dentada" faz a sua estreia numa das mais nobres e institucionais salas de espectáculo da cidade do Porto, o Teatro Carlos Alberto, com o invulgar musical: "A cidade dos que partem". O grupo tornou-se num pequeno fenómeno "de culto", com os seus pequenos espectáculos no Teatro Sá da Bandeira (Porto) e Tertúlia Castelense (Maia). No meu caso, tomei conhecimento graças ao programa de humor "O Enigma", que passava nas manhãs da RDP à uns anos! Era a melhor maneira de ficar bem disposto logo de manhã (tal como é agora com o "Portugalex" :p). A convite do Teatro Nacional São João, os "Palmilha Dentada" criaram uma comédia musical sobre uma cidade de onde todos partem... O Porto? Claramente...
É através da chegada de um jovem "vindo do campo" que conhecemos a cidade: do nevoeiro, das tripas (deixadas por aqueles que partiram...), da reduzida e discutível oferta cultural, do presidente da câmara sem ideias, da "máquina da felicidade" que este pretende ter (musicais do La Féria? Rivoli?), do desemprego, da diferença salarial para com a luminosa "capital", etc, etc... A cidade está num estado tal que, na sequência final, até um E. T. e um super-herói a abandonam!! :p A referência ao Porto é por demais evidente mas o seu simbolismo é perfeitamente aplicável a outras cidades portuguesas, ou até mesmo ao país, quando inserido num contexto europeu... O retrato da realidade é feito com recurso a um incomodativo humor corrosivo e incisivo, sem nunca resvalar para a brejeirice. A solução encontrada para os cenários (a qual não vou revelar) é surpreendentemente eficaz e verosímil. Os momentos musicais, apesar de não serem brilhantes, conseguem enquadrar-se o sentido geral da história. Uma óptima que nos faz rir e pensar... Sorrisos amarelos...
É através da chegada de um jovem "vindo do campo" que conhecemos a cidade: do nevoeiro, das tripas (deixadas por aqueles que partiram...), da reduzida e discutível oferta cultural, do presidente da câmara sem ideias, da "máquina da felicidade" que este pretende ter (musicais do La Féria? Rivoli?), do desemprego, da diferença salarial para com a luminosa "capital", etc, etc... A cidade está num estado tal que, na sequência final, até um E. T. e um super-herói a abandonam!! :p A referência ao Porto é por demais evidente mas o seu simbolismo é perfeitamente aplicável a outras cidades portuguesas, ou até mesmo ao país, quando inserido num contexto europeu... O retrato da realidade é feito com recurso a um incomodativo humor corrosivo e incisivo, sem nunca resvalar para a brejeirice. A solução encontrada para os cenários (a qual não vou revelar) é surpreendentemente eficaz e verosímil. Os momentos musicais, apesar de não serem brilhantes, conseguem enquadrar-se o sentido geral da história. Uma óptima que nos faz rir e pensar... Sorrisos amarelos...Pontuação: * * * * 4/5 - Imprescindível
Sessão: Teatro Carlos Alberto (TeCA), 31/01/2009, 21:30
Em cena: 30 Janeiro - 28 Fevereiro
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