quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Música na cabeça #16 - Comebacks

A década de 90 não terá gerado referências musicais do calibre da anterior, de que são exemplos: Madonna, U2, Depeche Mode, Michael Jackson ou Pixies. Contudo, será, muito provavelmente, o último momento da história em que se conseguem dizer alguns nomes de bandas/músicos que marcaram uma época... Dificilmente o mesmo poderá ser afirmado para a primeira década do novo milénio, na qual a revolução tecnológica vigente abalou profundamente a forma de ouvir, consumir e apreciar música! O prazo de validade e legado de uma banda é geralmente posto à prova com o regresso aos concertos, após o habitual longo interregno devido a "zanga", a que se convencionou chamar: comeback. Em qualquer comeback gera-se sempre a ideia ou comentários de que a banda "já não é tão boa" ou "o vocalista já não canta muito bem"... Verdade mas, ainda assim, a legião de fãs, que anteriormente os acompanhava, não resiste à tentação nostálgica e lá vai ao concerto ou compra o "novo" álbum... O tempo não anda para trás, mas pelo menos fica a sensação de que algo se fez e ficou para a história de alguém... De que bandas actuais nos vamos lembrar em 2015?

Os Skunk Anansie, uma banda "média"(?) dos anos 90, regressa após 9 anos de ausência para atestar esta ideia. Lá estarei hoje, como bom cordeiro nostálgico! :) Quem não se lembra desta: ...?

1 comentário:

Cláudio Vieira Alves disse...

Levantas um ponto que me é extremamente sensível: a revolução do digital e a sua influência na música (e não apenas da pirataria mas do consumo de música em suporte digital -- seja myspace, youtube, downloads pagos, etc). Alterou, absolutamente, os hábitos de consumo de música, estou de acordo. Aliás, recordo que hoje os Black Eyed Peas fazem a leitura do seu sucesso com o número de downloads estimados. Tudo mudou. Já não se vive a música, no mesmo modo de consumo em lume brando, agora consome-se de forma embalada, congelada e descartável. E, depois de consumida, saca-se mais outra. Não é assim, também, com outras manifestações artísticas como, por exemplo, as séries. O digital entrou-nos pelos hábitos dentro, sem que déssemos conta.

Contudo, vão haver bandas, grupos, e nomes pop, a serem recordados em 2015. E muitos até irão sobreviver ao clássico comeback -- banda que é banda tem de ter um comeback. :)
Bandas de indie rock, e da nova era new wave, por exemplo, vão deixar seguidores. Para não falar do electro-pop e de corpos como, por exemplo, o da Beyoncé (a solo apenas nesta década). :) É esta a minha opinião.

De resto, os Skunk Anansie são uma grande banda -- superior, de longe, à média britânica de bandas pop-rock dos anos 90 -- mas, neste caso, a vocalista sempre cantou desafinado e com prestações agudas exageradas, ao vivo. A solo, em grupo, onde quer que seja. Não é de agora. E, também, sobre isto, é apenas a minha opinião.

De resto: há um pouco de Cavaco Silva em cada um de nós. Não é, também essa, a tua opinião? :)