segunda-feira, 30 de março de 2009

"Slumdog Milionaire"

Jamal Malik, um órfão de 18 anos dos pobres subúrbios de Bombaím (agora chamada, em Portugal, de Mumbai!) encontra-se a uma pergunta de vencer o concurso "Quem Quer Ser Milionário". A proximidade de tal inusitado sucesso acaba por o tornar suspeito de fraude! Ao longo do brutal interrogatório policial, a que é submetido, vamos conhecendo todo o percurso de Jamal (paralelamente também o da Índia) com destaque para a história com a sua amada Latika...

Assisti a "Slumdog Milionaire" após a sua estrondosa vitória na noite dos "Oscars" (oito estatuetas incluindo a de "Melhor Filme"), o que acaba por infelizmente condicionar fortemente a minha opinião sobre o filme... O argumento do filme roça o brilhantismo. O personagem Jamal consegue responder a todas as perguntas do concurso, apesar da sua reduzida formação e conhecimentos, pelo facto das mesmas estarem relacionadas com episódios do seu crescimento e vivências. Todos os aspectos, que o filme pretende realçar e criticar, conseguem ser abordados de uma forma coerente e completamente dentro do contexto, nomeadamente: Bollywood, a pobreza em que as populações vivem, discriminação social & religiosa, problemas económicos, criminalidade, entre outros... Por isto o filme é, em termos formais, muito bom. O que talvez acabe por "matar" o filme é uma certa leveza e displicência com que alguns aspectos, supostamente sérios, são tratados. Parece haver uma tentativa de descompressão perante momentos que deveriam ser de grande intensidade dramática (morte, violação, pobreza...). Além do normal e aceitável happy end, o final do filme acaba por ser o corolário de tudo isto , com a alegre cena de dança típica dos filmes de Bollywood... O filme acaba por ser uma pequena desilusão, do género "filme de pobrezinhos para ocidental ver, sem ter de ir para casa a pensar muito".

Pontuação: * * 2/5 - A ver
Sessão: Cidade do Porto, 14/03/2009, 21:30

1 comentário:

Cláudio Vieira Alves disse...

Viva Pedro,

Pessoalmente, fiquei abananado pelo argumento.
Achei-o criativo e, mesmo quando previsível, discretamente obscuro.

Da "pornografia da pobreza" - como a maioria dos (mais severos) críticos, que desgostaram do filme, afirmam - faço outra interpretação e entendo-a, apreciando, o contraste do jogo de planos entre o cenário (do concurso) e os restantes.

Um abraço,

Cláudio