Em pouco mais de meia dúzia de meses, a classe dos "Professores" organizou duas incríveis manifestações de protesto contra o "Sistema de Avaliação de desempenho de professores". Conseguir reunir mais de 100 mil pessoas em Lisboa, em ambas as ocasiões, é uma demonstração cabal do descontentamento que existe na (totalidade?) classe assim como da brilhante capacidade de organização e de mobilização dos sindicatos. Teremos de recuar até o período pós-25 de Abril para se encontrar algo de semelhante.
Contudo, parece-me que os Professores já PERDERAM! Sendo a avaliação aparentemente inevitável, os Professores vão perder o respeito e estatuto que a profissão lhes conferia... Faz algum sentido que, no actual período de crise e de alastramento do desemprego, uma classe por si só privilegiada (salário certo ao fim do mês, impossibilidade de desemprego, progressão até agora automática, etc) crie semelhante pandemónio só porque não quer ser avaliada? Se os funcionários da restante administração pública são avaliados, porque é que os professores não o devem ser também? O que dizer da atitude chantagista e terrorista dos Professores, ao usarem a formação dos nossos jovens (o futuro do país?) como refém das suas exigências negociais e profissionais? Onde está o suposto brio e prazer de ensinar? O tanas... $$$! As recentes atitudes imundas dos alunos (manifestações, fecho de escolas, arremesso de ovos e tomates a membros do Ministério, etc) não serão num reflexo de um folclore e excesso de linguagem dos professores?O ensino público está em profunda crise, correndo o risco de se afundar ainda mais e eventualmente acabar... Não estaremos perante um cenário em que aqueles que têm mais possibilidades, optem por colocar os filhos em escolas privadas (sem manifestações, com avaliação dos docentes, com professores concentrados em ensinar, melhores resultados e notas)? Ficando a escola pública para quem não tem as mesmas possibilidades. Falta saber o impacto que isso terá no equilíbrio social e intelectual da nossa sociedade...

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